Parte 3 - Descomplicando Soluções Analíticas

Anderson BrazAnderson Braz
4 min read

Chegamos até aqui e você já sacou o recado: Ter uma solução analítica bem construída não é luxo — é questão de sobrevivência para qualquer negócio. A gente já desvendou a espinha dorsal do que faz uma arquitetura de dados funcionar. Agora é hora de mergulhar no primeiro passo prático e, talvez, o mais crítico de todos: centralizar seus dados. É aí que muita empresa tropeça — deixa os dados espalhados, sem controle, sem propósito. E é justamente esse caos que vamos resolver agora.

🗺️ Onde moram seus dados hoje?

Pensa rápido: onde estão os dados da sua operação?

  • Banco de dados principal da sua aplicação? ✅

  • Ferramentas de terceiros (CRM, plataformas de marketing, analytics)? ✅

  • Aquelas planilhas manuais no Excel ou Google Sheets, feitas no sufoco, mas cheias de informações cruciais — e também de erros? ✅

Esse cenário distribuído é uma bomba-relógio. Tentar extrair insights de dados que vivem em ilhas isoladas é como tentar montar um quebra-cabeça sem ver a figura da caixa. Não dá!

🧱 O Primeiro Grande Passo: Centralizar tudo em um só lugar

A base de qualquer projeto analítico sério é simples: trazer todos os dados para um repositório centralizado. E sim, isso significa ter um data warehouse. Parece sofisticado, mas é mais simples do que parece: trata-se de um banco de dados especializado, feito pra aguentar pancada, diferente do seu banco de produção que foi desenhado só pra agilidade transacional.

🔧 Por que isso importa?

  • Armazenamento Consolidado: O DW é o seu quartel-general. Junta os dados da app, CRM, marketing... tudo em um só lugar.

  • Processamento Pesado: Na hora de transformar e modelar, é ele quem aguenta o tranco.

  • Acesso Unificado: Dashboards e relatórios puxam direto dali. Facilita — e muito — a vida de quem precisa decidir com base em dados.

No comecinho da operação, dá até pra plugar o BI no banco de produção. Mas isso é tapa-buraco. Vai derrubar a performance da aplicação e irritar o time de engenharia.

💡 Solução intermediária? Use uma réplica do banco de produção. Assim, os dados continuam frescos e o sistema não sofre.

☁️ E quando o banco é NoSQL?

Se você usa MongoDB, Cassandra ou DynamoDB, se prepara. Ferramentas de BI foram feitas pra falar SQL. Analisar dados direto no NoSQL é como correr uma maratona com mochila nas costas — lento, cansativo, ineficiente. Meu conselho aqui é curto e direto: traga esses dados pra um data warehouse SQL. É o caminho mais curto pra manter sua sanidade.

🔄 ELT: A revolução que você não pode ignorar

Carregar os dados para o DW envolve o famoso Extract & Load (EL) — ou seja, extrair os dados crus das fontes e jogar no warehouse. Na teoria, fácil. Na prática, manter scripts manuais vira um pesadelo que consome tempo e dinheiro. Por isso, use ferramentas prontas. Elas são plug-and-play e resolvem o trabalho com confiabilidade e economia.

🎯 Aqui entra o divisor de águas: ETL vs ELT

ModeloComo funcionaPor que perdeu força
ETL (Extract, Transform, Load)Extrai, transforma em servidor externo, depois carrega no DWFoi feito pra um tempo onde DWs eram lentos e caros
ELT (Extract, Load, Transform)Extrai, carrega os dados crus no DW e transforma lá dentroAproveita o poder de processamento dos DWs modernos

🔝 ELT é minha convicção absoluta. Com DWs em nuvem como BigQuery, Snowflake e Redshift, você tem poder, escala e baixo custo. Com ELT, você:

  • Elimina gargalos

  • Ganha agilidade

  • Transforma dados quando quiser, como quiser

⏰ A hora de adotar um DW é agora

Se você se pergunta “Quando investir num DW?”, minha resposta é quase sempre: agora. Especialmente se você:

  • Precisa unir dados de várias fontes para ter uma visão holística do negócio

  • Quer separar seu ambiente analítico do ambiente transacional (sem travar a aplicação)

  • Usa um banco que não serve pra BI (como NoSQL)

  • Sofre com lentidão nos relatórios e dashboards

Hoje, com as soluções em nuvem que escalam automaticamente e cobram por uso, o DW virou acessível — e essencial.

🏁 Resumo da jogada

Comece pela base. Centralizar é o primeiro passo pra colocar ordem no caos e começar a gerar valor real com seus dados. No próximo artigo, vamos entrar no terreno das transformações — onde os dados brutos viram inteligência pura.

⚒️ Prepare-se, porque o jogo está prestes a mudar — e você vai estar no comando.

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Anderson Braz
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I'm Solutions Specialist and Data Engineer. Also i'm an Enthusiast in Open Software, Technologies and AI.